terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O Que é o Amor?


Vivemos em tempos muito difíceis, onde cada pessoa pensa em si e não no outro. Muitos buscam a felicidade achando que os passos em direção a ela estão em torno de seu ego. Cada vez mais encontramos relacionamentos desfeitos ou seriamente comprometidos por falta de uma atitude prática, o anular-se!
         Quando aprendemos a diferenciar Amor e Paixão, percebemos que há um abismo entre estes sentimentos em alguns contextos da vida moderna, se a paixão motiva a muitos tomarem atitudes, o Amor, principalmente o Amor traz ao nosso ser a motivação necessária para que pensemos no outro e depois, em consequência, em nós.
         Quando a vontade do outro vai de encontro a nossa vontade o que fazemos? Quais as nossas escolhas? O que mais importa na vida; Ser Feliz ou Ter razão? Nós ainda aguardamos alguém nos pedir perdão para perdoar ou perdoamos como Cristo nos perdoou? Essas perguntas precisam ser feitas para que entendamos em primeiro lugar a nossa participação direta na resolução dos diversos dilemas da vida, antes de cobrar do outro preciso olhar pra mim e ver se estou fazendo a minha parte. Para que haja uma recíproca é necessário haver uma iniciativa. Vamos passar quanto tempo esperando apenas pelo outro? A maturidade começa quando as ações de amor também começam. Faça a diferença! Amar não é induzir ninguém a satisfazer sua vontade, mas é anular-se para ver no semblante do outro um sorriso, que por si só, já nos traz satisfação plena. É comungar projetos e propósitos, compartilhar sonhos e lutar junto em busca das realizações. É estar perto, mesmo sem conseguir dizer algo bonito, mas estar presente. É dar carinho sem necessariamente receber um carinho primeiro. É rir e chorar. É cometer alguns erros e admitir que precisa do outro pra melhorar. É viver a vida sem medo, receio ou culpa. É entregar a vida do outro a DEUS através da oração e súplica. É sincero e duro para não ver o outro tropeçar no erro. É reprovar algumas ações, mas nunca abandonar o ser amado.
         Por achar que o Amor é um clichê o mundo vive no caos atual, vamos vencer o mal com o bem! (Rm 12:21). Vamos amar uns aos outros (1ªJo. 3:11).
         Enquanto houverem homens e mulheres que acreditam e vivem o amor, esse “mundo” ainda terá esperança.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Pastor é detido em São Paulo, apos pregar sobre praticas homossexuais

KALLEY E AS BASES DO CONGREGACIONALISMO BRASILEIRO

Por Rev. Anacleto Inácio


 

Quando perdemos a noção histórica do passado, perdemos o sentido do presente, e a razão do futuro. Portanto pensar em Robert Reid Kalley e no Congregacionalismo brasileiro é reconhecer o valor histórico do seu pioneirismo em terras brasileiras; reconhecer os desbravadores da proclamação do Evangelho no Brasil e da consolidação de uma igreja genuinamente nacional.


 

Sua missão na Ilha da Madeira


 

Dr. Robert Reid Kalley chega a Funchal, capital da Madeira (Portugal) em 12 de outubro de 1838. No dia 08 de julho de 1839 foi ordenado pela Sociedade Missionária de Londres, esta de caráter interdenominacional, porém seus fundos e pessoal procediam majoritariamente dos congregacionais. Em 1840, Kalley abriu um pequeno hospital com dezoito leitos, com farmácia e consultório de graça para os pobres. Quase cinqüenta pessoas eram atendidas diariamente. As consultas eram feitas logo depois de um pequeno culto em que ele lia e explicava as Escrituras e fazia uma oração. Seguia a mesma prática quando fazia visitas aos pacientes em suas casas. Utilizando seus próprios recursos e de amigos, abriu escolas diurnas para as crianças e noturnas para os adultos, em vários pontos da ilha, nas quais as pessoas aprendiam a ler e aprendiam sobre as Escrituras. Foram mais de duas mil pessoas que aprenderam a ler, durante o tempo que funcionaram. Foi nesse período que Kalley compôs seus primeiros hinos e escreveu os seus primeiros tratados evangélicos para evangelizar o povo. Milhares de exemplares de Bíblias foram distribuídas. Aos domingos muita gente reunia-se nas montanhas para ouvir a pregação do Evangelho e cantar os hinos calvinistas, como eram regularmente chamados os discípulos de Kalley.

Depois do desenvolvimento do trabalho na ilha, veio uma reação antiprotestante, trazendo uma grande perseguição a Kalley e aos seus convertidos, forçando a saída de Kalley e dos crentes madeirenses da ilha. O episódio é chamado por alguns historiadores de "Noite de São Bartolomeu da Madeira", se referindo a perseguição dos huguenotes na França. Disfarçado como uma mulher doente, Kalley foi conduzido em uma rede, e partiu em um navio inglês ancorado na baía de Funchal. Sua casa, seus móveis, equipamento médico, biblioteca e manuscritos foram queimados publicamente pelos perseguidores. O hospital saqueado, e muitas das escolas que ele fundou queimadas, bem como todas as Bíblias e literatura evangélica encontrada.


 

Sua missão no Brasil


 

Kalley e sua esposa D. Sarah no dia 19 de agosto de 1855 numa singela reunião com crianças em Petrópolis, Rio de Janeiro da início ao trabalho de evangelização do Brasil. Estava iniciando a primeira Escola Dominical e as origens da primeira igreja evangélica brasileira. É evidente que a maior conquista de Kalley no Brasil foi à fundação e organização de uma igreja nacional e autossustentada, a primeira igreja evangélica do Brasil, a Igreja Evangélica Fluminense na capital do Império. A forma congregacional de administração foi estabelecida, sendo as assembleias formais dos membros para a tomada de decisões. Uma igreja independente, não sujeita a qualquer organização superior. Kalley organiza esta igreja com presbíteros e diáconos eleitos para servir como conselheiros. Numa assembléia eles são membros votantes como qualquer outro.

Evangelistas e colportores treinados e sustentados por Kalley espalharam a mensagem do Evangelho por diferentes áreas do país, chegando na região do nordeste, propriamente na cidade do Recife em Pernambuco, onde o próprio Kalley organizou a Igreja Evangélica Pernambucana no ano de 1873 e a partir desta igreja outras serão implantadas em outros estados do nordeste.

Kalley volta para a Escócia em 10 de julho de 1876, vindo a falecer em 07 de janeiro de 1888. Mesmo depois de sua morte D. Sarah Kalley cria a Help for Brazil Mission, com o objetivo de enviar obreiros para trabalharem juntos as igrejas congregacionais.


 

Alguns aspectos teológicos


 

Kalley era movido fortemente pela sua vocação, ele tinha uma grande consciência e visão missionária. Exerceu seu ministério em Portugal (Ilha da Madeira), Estados Unidos, Brasil e Palestina. Sua contribuição e influência alcançaram outros grupos que chegaram depois dele, através dos hinos e método de evangelização.

Sua teologia é percebida pelos hinos escritos por ele e sua esposa, seus sermões[1] e a Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais do Cristianismo. Encontramos a influência puritano-calvinista em Kalley:

· Uma forte ênfase à observância do domingo: ninguém era admitido como membro da igreja se não o observasse criteriosamente, mantendo-se afastado das atividades seculares. Esta observância ao domingo era uma marca presente nas igrejas congregacionais, como por exemplo, a Igreja Evangélica Congregacional de Campina Grande-PB, que em algumas de suas atas no pastorado do Rev. João Clímaco Ximenes encontramos este assunto em pauta[2].

· Visão puritana da jornada e batalha espiritual do cristão. Publicou a biografia de John Bunyan, e as suas duas famosas obras: "O Peregrino" e "A guerra contra a famosa cidade de Almahumana". Os Kalleys ao publicarem essas obras expressavam sua fé puritana e protestante. A teologia dessas obras é perceptível em alguns hinos do nosso Salmos & Hinos.

· O estilo de culto simples e centralizado na pregação da Palavra. Esta simplicidade enfatizava a natureza essencialmente interior e espiritual do culto. Talvez por isso que os prédios das igrejas fossem chamados de "Casa de oração", enfatizando o aspecto doméstico do culto como um encontro espiritual da família com o seu Pai celestial. A centralidade da pregação mostra sua paixão pela verdade doutrinária.

· A doutrina da Predestinação. A Breve Exposição declara, em seu artigo 19, que a Igreja de Cristo é composta "de todos os sinceros crentes no Redentor, os quais foram escolhidos por Deus, antes de haver mundo, para serem chamados e convertidos nesta vida, e glorificados durante a eternidade". Percebemos aqui a doutrina bíblica da eleição. Em sua confissão de fé preparada para sua ordenação declara como se vê no trecho: "... Eu creio que Jesus em sua morte tinha em mente todos aqueles para os quais Ele tornou-se substituto, todos aqueles que serão finalmente salvos. Essa me parece ser a doutrina da Bíblia. Eu não creio que ela (a doutrina da Eleição) de qualquer forma (...) nos impede de oferecer de maneira plena e gratuita a salvação"[3]. Notamos a visão equilibrada de Kalley de que a doutrina bíblica da Eleição não nos impede da evangelização dos homens. Nos Samos & Hinos encontramos o hino de n° 358 com uma ênfase marcadamente calvinista, destacando a doutrina da predestinação:

        

        "As tuas mãos dirigem meu destino.

        Oh Deus de amor; folgo em que assim!

        Teus são os meus poderes, minha vida!

        Em tudo, eterno Pai, dispõe de mim!

        Meus dias sejam curtos ou compridos,

        Passados em tristezas ou prazer,

        Em sombra ou luz – é tudo como ordenas!

        E tudo bom, se for do teu querer".

Sarah P. Kalley


 

Considerações finais


 

Hoje é possível alguém ir a uma igreja congregacional e ficar em dúvida se aquela é uma igreja congregacional de fato, quando algumas doutrinas e práticas anti-bíblicas descaracterizam a mesma. Talvez que o desejo de popularidade e a vaidade estejam levando ministros e igrejas a cometerem a perversidade de destruição da identidade congregacional.

Levantemos nossas vozes para dizer não à deformação da nossa identidade. Firmes prossigamos defendendo nossas doutrinas que são bíblicas e por isso são verdadeiras. Parabéns ao congregacionalismo no Brasil pelos seus 156 anos de existência e EVANGELIZAÇÃO DO BRASIL.


 

Rev. Anacleto Inácio*

pranacleto@hotmail.com


 

*Pr. da Igreja Evangélica Congregacional Vale da Bênção, congregação do bairro Agamenon Magalhães-Caruaru-PE

Formado pelo Seminário Teológico Congregacional do Nordeste, Recife-PE

Professor do seminário citado acima

Capelão do Centro de Recuperação Luz e Vida

terça-feira, 26 de julho de 2011

História da Aliança


1959, o ano está no começo. A Igreja Evangélica Congregacional em João Pessoa/PB está em festa, é uma comemoração das senhoras, e o Pr. Dorival Rodrigues Bewke é o preletor do evento. As pregações causam um grande despertar espiritual, muitas decisões acontecem e a experiência do batismo com o Espírito Santo enten-dida também como um evento após a conversão é vivenciada. A partir daí, uma nova atmosfera espiritual toma conta da igreja.
Com a realização do 1° Encontro Nacional de Renovação Espiritual,em Belo Horizonte/MG, que teve a participação do pastor da igreja, Jônatas Ferreira Catão, a Igreja Congregacional em João Pessoa é destaque no cenário de avivamento espiritual. Pouco depois, se juntam a esta visão a Igreja Congregacional em Campina Grande/PB (Pr. Raul de Souza Costa), 2ª Igreja Congregacional em Campina Grande/PB (Pr. João Barbosa de Lucena), Igreja Congre-gacional de Patos/PB (Pr. José Quaresma de Mendonça), Igreja Congregacionalem Alagoa Grande/PB (dirigida à época pelo presbítero Dr. Guimarin Toledo Sales), Igreja Congregacional em Totó, Recife/PE (Pr. Isaías Correia dos Santos), Igreja Congregacional em Casa Amarela, Recife/PE (Pr. Roberto Augusto de Souza), igreja Congregacional no Pina, Recife/PE (Pr. Moisés Francisco de Melo) e uma congregação em Caruaru/PE, dirigida à época pelo pr. Jônatas Catão.
Corre o ano de 1967, uma onda de renovação espiritual se alastra pelas igrejas evangélicas históricas do país. No mês de junho, na cidade de Patos/PB, acontecem os congres-sos femininos e de mocidade congregacionais, estes eventos foram de muito impacto e tiveram muita reper-cussão. A liderança da denominação dos con-gregacionais no país (na época o órgão se chamava Igreja Evangélica Congregacional do Brasil), não concordando com os rumos que aquelas igrejas estavam tomando, convocou um Concílio Geral Extraordinário para os dias 20 e 21 de julho, na Igreja Congregacional em Fei-ra de Santana/BA. Nesse Concílio, participariam as igrejas congregacionais que não concor-davam com a renovação, porém, outro foi realizado entre os dias 21 e 22 do mesmo mês, com a participação das igrejas ditas renovadas.
Aconteceu o referido concílio e a decisão final por não haver concordância foi a exclusão da denominação das igrejas de João Pessoa, as duas de Campina Grande, Patos, Natal, Totó, Pina, e também a exclusão dos pastores: Jônatas Catão, José Quaresma, Isaías Correia, Moisés Fran-cisco, Raul de Souza, João Barbosa e Roberto Augusto, sendo negada qualquer palavra a eles nos trâmites da assembleia para sua defesa.
Ainda no caminho de volta, o Pr. Jônatas Catão sugeriu a possibilidade de reunir os excluídos em um grupo com características denominacionais, e foi marcada uma reunião para 13 de agosto, em Campina Grande/PB.
Foi realizado um contato com o Pr. Servilho Benício, da Igreja Congregacional em Dezoito do Forte, Aracaju/SE, sua igreja já estava seguindo os caminhos da renovação espiritual e ele, após ouvir os últimos acontecimentos, se mostrou favorável a criação da nova denominação.
Em todas as negociações prévias, visitas a pastores e sugestões de direção, o trabalho do Pr. Jônatas Catão foi de um valor inestimável, ele foi um grande líder.
No dia 10 de agosto de 1967, um domingo, as delegações das igrejas foram recebidas na Igreja Congregacional em Campina Grande, muitos líderes acorreram ao evento. E no dia 14 foi aberta a primeira reunião administrativa onde é fundada a ALIANÇA DAS IGREJAS EVANGÉLICAS CONGREGACIONAIS DO BRASIL e eleita por aclamação a sua primeira diretoria:

Pres. Raul de Souza Costa
1° Vice-Pres. Jônatas Ferreira Catão
2º Vice-Pres. Geraldo Batista dos Santos
1º Sec. Presb. Euclides Cavalcanti Ribeiro
2º Sec. Presb. Euclides Gomes da Costa
1º Tes. Osmar de Lima Carneiro
2º Tes. Presb. Caitano Antônio da Silva.

Os presentes encerram os trabalhos de mãos dadas felizes e realizados. No dia 19 de agosto de 1967, em grande festa em Carua-ru/PE, é instalada a Igreja Evangélica Congregacional naquela cidade, e é empossado como seu pastor visitante Jônatas Ferreira Catão. Essa foi a primeira igreja emancipada da recém-formada ALIANÇA, e daí por diante o evangelho do reino foi sendo espalhado por todo Brasil.
Hoje, temos uma denominação forte e vibrante com 91 igrejas, 26 campos missionários, muitos pastores e milhares de membros com muitas expectativas de crescimento em todas as áreas, sem fugir da ortodoxia evangélica e entrar nos modismos atuais.
Agora, mais do que nunca, as palavras do hino que foi um marco naquela época se fazem valer:

“Obra Santa do Espírito
Esta causa é do Senhor.
Como um vento impetuoso
Como fogo abrasador
Estamos sobre terra santa
Reverente e muito amor
Esta hora é decisiva
Vigilante e de temor.
Ninguém detém! É obra santa”.

*Muitas das informações do texto seguem testemunho do presb.Osmar de Lima Carneiro, participante ativo dos eventos.

Escrito por: Joelson Gomes
Fonte: http://www.aliancacongregacional.org.br

Robert Reid Kalley; 200 anos do "Lobo Calvinista"



Ao escrever a introdução de seu livro The Wolf from Scotland, que foi traduzido para o português com título impróprio de: Jornada no Império (FIEL, 2006), William B. Forsyth disse que Kalley era um ilustre desconhecido até para os mais versados na história das missões, e infelizmente o mesmo se dá para com os seus herdeiros espirituais, os Congregacionais brasileiros. O homem que acentou as bases do evangelho em Portugal e no Brasil, fundou a primeira igreja protestante permanente até hoje em língua portuguesa, precisa ser mais lembrado e imitado entre seus “filhos” na fé. Mas, quem foi este homem chamado de o “Lobo da Escócia”?

Os primeiros anos.
Em 08 de Setembro de 1809, ano em que no mês de Janeiro havia nascido o famoso naturalista Charles Darwin, pai da Teoria da Evolução, nascia também Robert Reid Kalley, em Mount Flórida, Glasgow, Escócia. Darwin, que nasceu na Inglaterra, e foi educado para se tornar um ministro da Igreja Inglesa, se tornou o grande patrono dos materialistas. Kalley, que na sua mocidade era um médico completamente cético em Kilmarnock, um amante das festas e prazeres mundanos, pelo testemunho de dois de seus pacientes, mais notadamente uma mulher que lhe disse “Leia o livro” (a bíblia), se tornou um grande defensor da fé evangélica.
Convertido e freqüentando a Igreja da Escócia a qual a sua família que era abastada pertencia, começou a ter um grande ardor missionário. Depois de receber um não de uma sociedade missionária, foi aceito por indicação do pastor Congregacional John Ward na Sociedade Missionária de Londres. Mas, pelo fato de sua noiva Margareth Crawford ter saúde frágil não lhe foi permitido exercer seu trabalho ali. Como o desejo em seu coração não se apagava, ele não fraquejou, e pagou seu aprimoramento teológico com vista a ser missionário por conta própria, já que ficando órfão desde cedo, era dono de uma herança considerável.
O pioneirismo em Portugal.
Em 1838 viajou para a Ilha da Madeira, Portugal, em busca de melhor lugar para a recuperação de sua Margareth, estabelecendo-se em Funchal. A idéia era passar o Inverno, mas ao lá chegar Kalley se deparou com tanta ignorância espiritual e pobreza, que logo começou a atender a população carente da ilha. Passou também a realizar cultos numa casa particular, já que não se adaptou a Igreja Anglicana que lá existia.
Em 1839 ele foi consagrado ao ministério pastoral a seu pedido para poder ministrar os ofícios pastorais, e em 1840 construiu um hospital e oferecia tratamento gratuito aos menos favorecidos. Também criou um sistema de escolas grátis, onde o livro texto principal era a Bíblia, sendo esta a primeira rede de escolas de Portugal a oferecer ensino sem custo.
O trabalho dele rendeu bons frutos e angariou tanta fama que nas “Atas da Câmara do Governo Municipal do Governo do Funchal”, de 25 de Maio de 1841, apareceu uma menção de gratidão ao bondoso Doutor (Jornal O Defensor, 24/05/1841).
Logo começaram os protestos. As escolas se multiplicaram e muitas pessoas se reuniam para ouvir o Doutor pregar. Novos Testamentos eram encomendados por ele para serem vendidos para o povo da ilha, e assim a Palavra de Deus era espalhada. Em toda ilha não era difícil encontrar pessoas que já sabiam cantar os “hinos calvinistas”, como chamavam, que eram os Salmos metrificados para o canto como os Reformados faziam. As reuniões que Kalley começou a organizar com os simpatizantes eram sempre ao modo Congregacional, e não ao modo da Igreja da Escócia.
O clero Católico Romano logo começou os seus ataques com palestras e folhetos incitando o povo a expulsar os “hereges calvinistas”. Jornais conservadores lançavam dia a dia acusações contra Kalley. Até poetas da época se engajaram na luta contra o Doutor. Como prova este soneto de Francisco Henrique Moniz Barreto Cabral d’Ornellas:
Ao Doutor Kalley

Eis, Kalley, do teu cisma o resultado,
De Calvino espalhando a vil doutrina,
Da desordem formas-te fatal mina
Entre um povo fiel, e sossegado.


Já por ti vês o sangue derramado;
Vê qual o crime teu, monstro, combina...
Tua seita não é, não é divina,
Só para aliciar tu és comprado.


Foge, foge de nós, abutre infame,
Deixa-nos paz gozar, a Liberdade,
Não queira que mais sangue se derrame.


Ah! Treme dessa pura Divindade,
Que bem dos crimes teus vê negro enxame
Com que queres manchar a humanidade.

O Dr. Kalley foi proibido de exercer a medicina em 1843, tendo que lutar para readquirir este direito novamente. Muitas escolas foram fechadas e Kalley foi ameaçado, teve a casa atacada e foi preso por seis meses.
No domingo 09 de Agosto de 1846, dia de São Bartolomeu, arrebentou uma tremenda revolução na ilha incitada pelos lideres Católicos Romanos. Muitos ataques foram feitos, crentes foram expulsos de suas casas, violentaram mulheres, espancaram pessoas, e houve assassinato. Para não morrer Kalley teve que fugir para a casa do cônsul inglês disfarçado de velhinha. Sua casa foi depredada e queimada.
O homem que levou o evangelho a Portugal agora olha seu sonho e o deixa para trás.
A nova vida no Brasil.
Kalley foi para Londres, mas continuou a ter contato com os irmãos convertidos na Ilha da Madeira, muitos dos quais se refugiaram nos EUA, em Illinois.
O Doutor voltou à Inglaterra, e nesse tempo exerceu um ministério itinerante passando pela Irlanda, Malta e finalmente foi para Beirute, em 1851 para convalescença de sua esposa. Mas, ela veio a falecer ali.
Quando ficou viúvo o Doutor realizou um sonho antigo, explorar a Palestina conhecendo a terra de Jesus. Nesse período ele conhece Sarah Polton Wilson, jovem Congregacional da Igreja em Torquay. Sarah também tinha visão missionária, além de ser hábil poetisa e musicista. Ela veio a ser sua segunda esposa.
Portanto, após a leitura do livro “Sketches of Residence and Travel in Brasil”, do missionário Daniel Parrish Kidder, que muito lhe impressionou, passou um tempo ajudando pastoralmente os refugiados madeirenses em Illinois e resolveu vir ao Brasil.
O casal Kalley chegou ao Rio de Janeiro em 10 de Maio de 1855 se hospedando em hotel antes de arranjarem casa para morar. Foi-lhe apresentada uma propriedade em Petrópolis, chamada Gernhein (lar muito amado), mas que ainda estava ocupada. Os Kalley ficaram com a casa, e antes mesmo de se mudarem, tiveram a casa cedida para ali, em 19 de Agosto de 1855, realizarem a primeira Escola Bíblica Dominical em nosso país. A lição foi ensinada por Sarah a 5 crianças tendo como tema a história do profeta Jonas. Pouco tempo depois Kalley começou uma classe de estudos com negros, um avanço num país de escravos como o Brasil era na época, isso 33 anos antes da Abolição que aconteceu em 1888.
No final de 1855 na casa dos Kalley já funcionava regulamente a Escola Dominical e o culto doméstico. Tudo reservado porque no Brasil a religião oficial era o Catolicismo Romano e era proibido evangelizar. Notando que a seara era vasta, mas faltava obreiros, trouxeram para o Brasil William D. Pitt, jovem inglês que havia sido aluno de Sarah em Torquay, e os crentes madeirenses Francisco da Gama e Manuel Fernandes que já haviam sido suas ovelhas.
Kalley, em sua estratégia evangelística, começou a traduzir e publicar o livro O Peregrino no Jornal Correio Mercantil e Bíblias eram vendidas por seus ajudantes da Gama e Fernandes. Como médico Kalley aproveitava a oportunidade para pregar a Palavra de Deus aos seus pacientes e a obra cresceu.
Não tardou e em 11 de Julho de 1858 foi batizado o primeiro convertido brasileiro: Pedro Nolásco de Andrade, e nesta data também foi criada, com 14 membros Pedro Nolásco, o brasileiro, e os outros portugueses e ingleses, a primeira igreja evangélica brasileira, a Igreja Evangélica Fluminense, pertencente hoje a UIECB.
As perseguições logo começaram, houve prisões dos crentes, violência por parte dos Católicos Romanos, mas com a ajuda de Deus e sem vacilar o “Lobo da Escócia” venceu todas. Fez-se amigo do Imperador D. Pedro II, que era interessado na Terra Santa e Kalley fez palestras para ele sobre o tema que conhecia tão bem. Também teve o apoio de mais pessoas influentes na política brasileira que queriam ver o Brasil uma republica e com liberdade religiosa. Assim, em 1871, ele escrevia que a igreja que começou já estava com 150 membros.

Fruto do trabalho de seu colaborador em Recife, Manoel José da SilvaVianna, Kalley organizou em 19 de Outubro de 1873, com 12 membros, a primeira igreja evangélica de nativos do Nordeste brasileiro, e a segunda do país, a Igreja Evangélica Congregacional Pernambucana.
A volta para sua terra.
Depois de muitas lutas em nosso torrão, deixando um trabalho consolidado e o evangelho espalhado, o Doutor partiu de volta para a Escócia em 02 de Julho de 1876, deixando para seus “filhos” espirituais uma confissão de fé onde estava a súmula de sua teologia: Os 28 Artigos da Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais do Cristianismo, aceitos e aprovados pela AIECB como sua síntese de fé hoje.
Continuou mantendo contato pastoral com seus irmãos e “filhos” na fé do Brasil, até sua morte no dia 17 de Janeiro de 1888. Quem conduziu o funeral foi seu amigo, o famoso missionário na China Hudson Taylor.
O que dizer de Robert Reid Kalley? Dizer apenas que há homens dos quais o mundo não era digno (Hb. 13:8), Kalley talvez fosse um destes. Nesse ano em que no dia 08 de Setembro se completa 200 anos de seu nascimento, os Congregacionais brasileiros fariam bem se estudassem a vida deste missionário apaixonado por Jesus Cristo e por sua obra, exemplo de dedicação para crentes, e de “cumprir a tarefa de um evangelista” (2Tm. 4:5) para pastores.
Nós Congregacionais temos que dar a honra merecida a nosso pioneiro, e tentar imitar seu trabalho na seara do Senhor que já branqueja para a ceifa.
Robert Reid Kalley, o sangue do Lobo da Escócia mesmo depois de morto ainda clama, quem se espelhará em sua vida, quem atenderá o seu chamado?

Texto publicado no jornal Aliança Congregacional
Fonte: www.aliancacongregacional.org.br

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Vidas Transformadas - Noticias de Missões na India

 



Delhi, na Índia



INDIA (32º) - O missionário Murli Ghulam, sustentado pelo ministério Evangelho para a Ásia, foi libertado da prisão, mas é impedido de se ausentar da sua própria aldeia. Mais detalhes sobre o ministério de Murli e os eventos que levaram à sua libertação também estão sendo relatados.

Murli foi preso temporariamente em 2 de julho, no momento em que estava dirigindo uma reunião de oração na casa de um crente e foi acusado de subornar e forçar pessoas a se converterem ao cristianismo. A acusação foi apresentada por extremistas anticristãos de sua aldeia. Murli mora em uma área com leis rígidas, que tornam difícil compartilhar o amor de Jesus com pessoas de religiões tradicionais da região. Esses estatutos, conhecidos como “leis da liberdade de religião”, muitas vezes são utilizados como base para prender pastores cristãos e delinear as medidas a ser tomadas para mudar de fé. Em alguns lugares, onde existem as “leis da liberdade de religião”, os indivíduos são legalmente obrigados a enviar uma papelada para o governo antes de ser autorizados a seguir a Cristo publicamente.

Como resultado do ministério de Murli, dezenas de pessoas aceitaram o amor de Cristo. Quando isso acontece, geralmente se acende a ira dos seguidores das religiões tradicionais, que muitas vezes se queixam à polícia das atividades do missionário. Parece ter sido isto o que aconteceu com Murli.

Após sua libertação, Murli falou a um correspondente da GFA a respeito de várias respostas comoventes às orações que ocorreram como parte de seu ministério, o que pode ter trazido a ira dos extremistas anticristãos sobre ele.

Sheenu Manim costumava perambular por sua aldeia perguntando a todo jovem que ela encontrava: “Quer casar comigo?” Sheenu tinha uma doença mental e ninguém sabia como ajudá-la. Em janeiro de 2010, algumas pessoas da sua aldeia a trouxeram a Murli e pediram a ele para orar por ela. Ele orou para que o poder de cura de Cristo caísse sobre aquela vida de 25 anos de idade – e Deus respondeu à sua oração. Daquele dia em diante, Sheenu ficou com sua cabeça no lugar e começou a proclamar o amor de Cristo em sua aldeia, contando a todos sobre a cura que Ele operara em sua vida. Um grupo de extremistas anticristãos perguntou-lhe quem havia orado por sua cura e ela prontamente contou-lhes sobre Murli e lhes deu o número do telefone dele.

Panjit Lukkise foi alvo da ira vingativa de um feiticeiro. O feiticeiro invocou espíritos malignos para atacar Panjit, com o objetivo de acabar com a sua vida. Parecia estar funcionando: a saúde de Panjit começou a se extinguir. O homem de 40 anos de idade passou de médico em médico em busca de uma cura, gastando todo o dinheiro de sua família. Ele estava inacreditavelmente fraco e mal conseguia manter no estômago qualquer tipo de alimento. Sua saúde continuava piorando. Então sua família ouviu falar de Murli e o carregou até a porta do missionário. Murli clamou a Deus em favor de Panjit, e este homem sofrido experimentou a cura total. Ele voltou à sua aldeia e compartilhou as maravilhas que Cristo havia realizado em sua vida. Por causa do testemunho de Panjit, 80 pessoas escolheram seguir a Jesus naquela aldeia.

Sunil Andamimad tinha uma úlcera dolorosa no estômago. A úlcera perfurou seu estômago e ele foi hospitalizado, com muita dor. Quando os médicos falharam em lhe proporcionar qualquer alívio, Sunil implorou à sua família para tirá-lo do hospital e achar alguém que realmente pudesse ajudá-lo.

“Por favor, me levem ao pastor Murli; ele pode me curar”, suplicou Sunil

Quando Murli ouviu o pedido de Sunil, ele orou e Sunil melhorou um pouco. Então ele pediu aos membros da sua igreja que orassem e jejuassem por sete dias em favor de Sunil. No fim daquela semana, ele foi curado.

Jagon e Mushi Gopal estavam vivendo um pesadelo. Eles viviam em uma área fértil em ídolos e cultos a espíritos. Participando ativamente dessas práticas, ambos se abriram para os perigos e logo foram pessoalmente atacados por um espírito maligno. Este tormento continuou por 10 anos. Murli ouviu falar da condição deles e viajou 38 km até a casa do casal, só para orar por eles. Ao nome de Jesus, o espírito maligno fugiu e suas vidas mudaram drasticamente. Marido e mulher escolheram seguir a Cristo e uma igreja foi iniciada na casa deles. A igreja está crescendo e adicionando vários novos membros a cada semana.

Tradução: Ana Maria Umbelino
Fonte: Gospel for Asia
Post Extraído do Site: www.portasabertas.org.br


domingo, 24 de julho de 2011

A Santa Vocação da Igreja numa Era Pós-Moderna


Texto: Efésios 4:1-6


1 Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,
2 Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
3 Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
4 Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
5 Um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
6 Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós.

Queridos irmãos, Paz em cristo!

Temos em Deus inúmeras bênçãos espirituais em Cristo, Ele não só nos Criou e nos elegeu antes da fundação do mundo, mas em nossa condição de pecado e inimizade com o Altíssimo, nos lavou com o Sangue do Cordeiro na Cruz, reestabelecendo nosso relacionamento com Ele mesmo no Seu Filho Unigênito. Agora também, não somente está conosco na caminhada, mas nos tem suprido em tudo com Sua Graça, perdão, Amor, misericórdia e provisão em todas as áreas de nossa vida. Além disso, nos libertou de uma vez por todas de toda amarra do pecado, que nos impedia de exercer uma vocação espiritual, outrora inimaginável, mas hoje real, verdadeira e tão certa como o ar que respiramos. Mas num mundo pós-moderno, que não privilegia uma verdade absoluta, mas várias, onde todos os valores se invertem e se pervertem cada vez mais, como a Igreja de Cristo irá se comportar? Quais sãos os passos a adotar para dignificar a Santa Vocação dada pelo Senhor Jesus Cristo neste mundo depravado moral e espiritualmente? Como influenciar sem perder a essência?

            O Apóstolo Paulo dá algumas diretrizes fundamentais para a Igreja em Éfeso, as quais, com calma e com a direção do Espírito Santo, poderemos aplicar para nossa vida.

O Apelo do Apóstolo (Efésios 4:1).

É notório neste trecho que, mesmo preso, Paulo lembra aos cristãos de Éfeso não somente da vocação da Igreja, mas a importância de andar (Viver) nesta vocação, ou seja, a perseverança, permanecer na vocação.

Características Necessárias à Igreja (Efésios 4:2-3).

(a)  Humildade – Viver coletivamente requer valores fundamentais, esta é a característica que nos assemelha ao Mestre. Ele mesmo sendo Deus se esvaziou, assumindo a forma de servo (Filipenses 2:5-7).

(b)  Mansidão – Fruto do Espírito que Paulo também menciona aos Gálatas (Gl 5:22), fundamental para a resolução de conflitos e viver em harmonia no convívio da Igreja.

(c)   Longanimidade – Paciência diferenciada, acima da média. Capacidade de suportar mesmo em situações extremas. Paulo sabia que ainda existiam pessoas que, apesar de serem crentes, estarem no corpo, ainda tinham necessidade de crescer em diversos pontos e até que isso acontecesse, seria difícil conviver com alguns hábitos, pensamentos e culturas diferentes. Eis aí onde o povo de Deus se diferencia; a suportabilidade no Espírito. Suportar o que não me agrada, por amor, revela a minha santa vocação ao mundo e aos que me cercam, nisso glorificamos a Deus.



(d)  Guardar a Unidade do Espírito - Para que esta unidade fosse mantida num ambiente de Paz, seria e é necessário cumprir os passos anteriores, passos interiores que começam em mim mesmo, de dentro de mim para fora no ambiente no Corpo de Cristo, a Igreja. Ao falar de Unidade não penso só em união, penso que vários fatores, peças ou componentes que juntos se tornam apenas um. Assim como quando vamos a Igreja olhamos um banco, não enxergamos as várias peças que unificadas chegaram àquele resultado, o que vemos é apenas o banco, o resultado, a unidade. Somos apenas um em Cristo, quando o mundo nos olhar deve encontrar esta unidade, deve enxergar Cristo e não a mim individualmente, isto é unidade. Para que esta ideia tenha sentido na prática precisamos concordar mesmo com nossas diferentes características emocionais, econômico-filosóficas e utilizar os frutos do espírito particulares àqueles que já são Novas criaturas.



Essência da Igreja – Unidade da Fé (Efésios 4:4-6)



Conforme comenta a Bíblia de Genebra; a palavra um(a) é repetida sete vezes (Três vezes sobre os membros da divindade; quatro vezes sobre aspectos de nossa redenção.

Deus é o fundamento desta essência da Santa Igreja, assim como Ele é um com Seu Filho, Com seu Espírito, precisamos assumir esta essência que Ele nos deu em Cristo.



Conseguiremos transparecer ao mundo a nossa unidade quando estivermos dispostos a matar nosso ego, vontades, desejos e expectativas individuais, para que a vontade de Deus seja feita, para que o todo esteja harmônico, para que o Corpo de Cristo na terra glorifique a Deus. Para tanto, eu vou precisar de você e certamente você precisará de mim. Para que consigamos isto precisamos atentar para o que declarou Jesus; “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.” João 17:22-23. Aqui o Mestre intercede por nós e declara que nos deu Sua Glória para que sejamos um. Sem sua Glória isso seria utopia, mas se isso hoje não ocorre, a culpa é nossa.



Numa só fé, num só corpo e vocação, caminharemos para o que o texto a seguir nos diz; “Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Efésios 4:13







Conclusão:



Estamos inseridos numa sociedade, gostemos ou não, ela nos impõe suas culturas e hábitos, precisamos guardar nossa essência através do exercício de nossa vocação, assumindo o papel de influenciadores e não de influenciados, fazendo diferença em todas as esferas desta sociedade. Aquilo que eu não posso fazer, Deus fará. O que eu posso fazer, Deus não irá fazer por mim, isso é responsabilidade humana e faz parte de nossa vocação. Avancemos a cresçamos em Fé, Amor, Trato, Suportabilidade e Temor.

Que Deus em Cristo nos abençoe e nos guie a cada dia em Unidade, esta é a Santa vocação da Igreja numa era pós-moderna.



Alessandro San.

Twitter: @Alessandro_San1

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Transformai-vos para Transformar.

Transformai-vos para Transformar.

Por Alessandro Francisco da Silva.

     Os dias em que vivemos são dias extremamente difíceis, onde os valores morais e espirituais foram abandonados pela sociedade moderna, e cada vez mais isso piora. Com influência de ideias pluralistas difundidas pela mídia, onde se ensina que não há uma verdade absoluta, todos precisam ter sua própria verdade sobre todos os temas da vida moderna. Com essa falta de verdades absolutas nossa sociedade banalizou diversos valores, inclusive os ensinamentos da Bíblia sagrada. Houve um tempo em que a teologia era a Mãe de todas as disciplinas nas Universidades, hoje isso está completamente fora de questão, para não demonstrar algum tipo de imposição religiosa, para justificar a pouca importância que dão a Teologia. Existe um povo que foi escolhido antes da fundação do mundo para resplandecer na Terra as virtudes do Seu Senhor, é a Igreja de Cristo espalhada na face da Terra.
     Em certa oportunidade Paulo fala aos Irmãos de Roma algo extremamente importante para um comportamento diante da realidade de sua época, a qual, não é muito diferente de hoje, quando ele disse: “Não vos conformeis a este mundo mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento.” Romanos 12:2.
     Para ser agente de transformação no mundo em que vivemos é necessário que a transformação comece em nossa mente, pela evolução contínua de nosso entendimento acerca das verdades absolutas da Palavra de Deus. A Bíblia sagrada é a infalível, inerrante e imutável Palavra de Deus, é dela que iremos extrair toda a fonte de influencia benéfica e eficazmente necessária para a verdadeira transformação interior, emocional e intelectual que precisamos. A Bíblia foi inspirada pelo próprio Deus, utilizando a instrumentalidade de homens particularmente separados por Ele, num tempo e local específicos e particulares, a um povo e tempo distintos, para influenciar graciosamente o seu povo ao centro de Sua soberana vontade. A Bíblia exalta a Cristo como O Exemplo de vida a ser seguido, e cita homens de fé que guardaram os preceitos de Deus em meio a idolatrias, guerras, prostituições e toda a depravação moral e espiritual do seu povo.
     Estas são apenas algumas das verdades absolutas que o Cristão tem como convicção e isso de modo algum pode ser negociado com qualquer “Novidade” de nosso tempo. Não falo que temos que ser retrógrados, mas não devemos achar que quando o tempo passa as verdades mudam, pois o que é pecado a mais de dois mil anos atrás é pecado hoje do mesmo jeito. Infelizmente lamento que muitos líderes tenham atribuído em suas igrejas uma espécie de “lista de o que pode e não pode”, a medida em que o tempo passou, esta fictícia lista perdeu alguns itens! Principalmente se o item está dentro de usos e costumes.
     Para promover transformação, só terei sucesso se for pelo que a Palavra de Deus afirma e não por conceitos particulares ou achismos. Só assim poderei ser influência firme num mundo sem nenhuma verdade absoluta e que distorce o valores morais, a família, as igrejas, o sexo depois do casamento, o homem como cabeça da família, o conhecimento de Deus como fonte de combate as drogas e todo o tipo de mazela desta sociedade.
     Deixemos para trás orgulhos, conceitos de homens, usos e costumes em desconforme com a Palavra de Deus, misticismos, falta de santidade genuína, falta de ética entre lideranças, pesca em aquário dos outros ao invés de pescar em Mar Aberto e etc. Fortaleçamo-nos no conhecimento da Palavra de Deus como única regra de fé e prática e como a base sustentadora para o começo de uma sociedade verdadeiramente influenciada pelo evangelho, através do Povo de Deus. Não colaboremos com a audiência a programas que estragam nosso cérebro, que nos ensinam a fofoca e toda a sorte de malícias contra o ser humano. Santificação e leitura da Palavra é o Pilar para nossa transformação e para transformarmos nossa realidade.
     Deixo-vos o seguinte texto:
“ Quanto ao Mais irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, se há algum louvor, nisso pensai.” Filipenses 4:8.

Transformai-vos para transformar este mundo tenebroso!

Paz seja Com Todos, Amem!

Alessandro Francisco da Silva.
Diácono Congregacional.

Construindo Relacionamentos Saudáveis.

Construindo Relacionamentos Saudáveis

Por Alessandro Francisco da Silva.

A vida humana é permeada de eventos que nos levam a montar expectativas para o futuro, conquistar objetivos, sonhos, na busca de encontrar plena satisfação interior. Isso não é totalmente possível sem construir relacionamentos que nos facilitem chegar a estes alvos ou simplesmente que nos traga uma condição emocional satisfatória no meio em que vivemos.
Deus nos criou como seres capazes de desenvolver relacionamentos, com a natureza e com o Criador, o Próprio Deus vinha até Adão para manter um relacionamento no Jardim (Gn3:8). Ele nos criou a sua Imagem e semelhança(Gn 1:26), com sentimentos e capacidades que nos credenciam a construirmos relacionamentos saudáveis. Existiu um Homem que deixou que sentimentos negativos o tirassem o valor de um relacionamento com seu próprio irmão de carne, Falo do Caim, onde o próprio Deus advertiu em Gênesis 4:6-7. Precisamos ter muito cuidado com nossos sentimentos, exercer domínio sobre eles, sobre o pecado é responsabilidade nossa, Deus já nos deu o Seu Santo Espírito, nos credenciando a Mais que vencedores (Rm 8:37), portanto, o pecado só exerce algum domínio sobre nós quando permitimos que ele o exerça. Suporte Espiritual Jesus nos dá em todo o tempo. Domínio sobre o pecado é responsabilidade minha, obedecer a Deus é responsabilidade minha, bem como construir ao longo de minha vida na Terra, relacionamentos saudáveis com Deus e com o próximo.
Jesus, nosso Mestre, nos ensina que devemos nos amar uns aos outros (João 13;34), desta forma seremos verdadeiramente reconhecidos como seus discípulos. Amados, precisamos estar pré-dispostos a construir, tijolo por tijolo, parede por parede, parte por parte dessa edificação chamada de relacionamento. O ativismo tem nos deixado um pouco longe de hábitos que nos ajudam a construir e cuidar de relacionamentos dentro ou fora da Igreja, sempre temos muita coisa pra fazer, trabalhamos demais, corremos demais ou nos fechamos demais. Isso tem comprometido o crescimento dos relacionamentos, coloco a seguir algumas atitudes simples para tornar nossos relacionamentos ainda melhores;

1º Dedique tempo!
Não deixe as pessoas que você ama pensar que você esqueceu delas, organize tempo em sua agenda, ligue para elas, programe algumas visitas, combine programas que promovam lazer mútuo. Toda planta precisa ser regada para crescer forte, o relacionamento também.

2º Ouça mais do que fale.
Algumas pessoas vivem tão atormentadas de problemas que precisam de alguém apenas para ouvi-las! Você lembra que temos apenas uma boca, porém duas orelhas? Com isso você ganha ainda mais a pessoa para seu âmbito de amizade e fortalece os laços e a comunhão. Seja alguém em quem seus irmãos possam contar!

3º Elogie as Pessoas.
Para espiritualizar demais as coisas, temos mania de dizer um chavão evangélico: "Toda Glória para o Senhor, Irmão!" é verdade, concordo, mas isso não tem que ser desculpa para que nós não destaquemos qualidades nas pessoas que estão a nossa volta. Isso será o seu incentivo para a pessoa com quem você se relaciona, digo isto porque o mundo já nos pré-julga, o diabo já nos acusa, será possível que entre nossos irmãos não iremos escutar palavras que verdadeiramente nos ponham pra frente, nos cause alegria, nos consolem e edifiquem? Outrossim é evitar os excessos, seja sincero, não precisa tornar a pessoa um Mito, equilíbrio faz parte da vida Cristã e é essencial nos relacionamentos.

4º Esteja Disposto a Suportar.
Ninguém é perfeito, muito menos você, todos somos passíveis de erro e vão haver diversas turbulências no relacionamento, seja em casa, no trabalho, na Igreja e etc. O  Apóstolo Paulo ensinou às Igrejas das cartas Paulinas, quando os Coríntios viveram divisões dentro da Igreja, Paulo trouxe a temática da União entre os irmãos, falar a mesma língua, ter o mesmo parecer. Vamos encontrar pessoas com várias idéias diferentes da Nossa, temos que gerar conflitos por conta disso? Não. As vezes nem são idéias corretas,mas não devemos agir com desprezo ou indiferença, mas tentar influenciar pela Palavra de Deus. Quando um Irmão nos ferir com palavras e/ou ações, nossa missão é agir como Cristo agiria, Mesmo na Cruz do Calvário, Injustiçado, Ele disse: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem!" até mesmo nos últimos momentos Jesus foi pleno de Amor e perdão. Este é e sempre será o Exemplo absoluto de Perdão, Jesus. Observe o que Cristo ensina na Oração do Pai Nosso em Mateus 6:12, 14-15.

5º Dê Carinho.
Sei que cada um tem uma criação diferente, vive em ambientes diferentes, tiveram experiências particulares as vezes comuns as suas ou não.Mas isso não pode ser barreira para que nós deixemos de viver relacionamentos tão saudáveis a ponto de sermos muito carinhosos entre nós, para a Glória de Cristo. Paulo recomenda aos Corintios se saúdem, usando a expressão "Ósculo Santo" (ICor. 16:20). Isto nos ensina que relacionamentos precisam de atos de carinho mútuo, contextualizando à nossa realidade podemos dizer; Abrace um pouco mais, sorria um pouco mais, fale que ama seu irmão em Cristo, enfim, deixemos a formalidade de lado para que ela não atraia a frieza para nossos relacionamentos.

6º Pratique o Amor
Nenhum relacionamento de fato saudável subsiste sem amor. O amor é a essência dos atos mais nobres da vida, é a verdadeira motivação que nos leva a construir relacionamentos saudáveis, nenhum dos pontos anteriores funciona sem o Amor. Paulo dedica um capítulo inteiro para falar deste Dom Supremo (ICor.13). A prática efetiva deste dom nos Identifica verdadeiramente como Filhos de Deus, por praticar aquilo que Ele mesmo pratica conosco. Ame seus irmãos, perdoe, suporte, persevere no relacionamento, alimente este relacionamento.

Construir relacionamentos Saudáveis não é nada fácil, barreiras terão que ser vencidas, dogmas superados e isso começa em nossa mente. Como vamos cobrar do outro quando ainda nós mesmos construímos barreiras que nos impedem de crescer nesse tema. Firmemos a cada dia um relacionamento melhor com Deus, para que possamos manter um relacionamento saudável com o semelhante, Pela Oração, Leitura da palavra, jejum e tudo o que concerne a Santificação.Sejamos Plenos de tudo o que Cristo nos ensinou, isso fará com que tenhamos relacionamentos maravilhosos e que nos trarão crescimento emocional e espiritual em plenitude.

Em Cristo Jesus,
Alessandro Francisco da Silva

Diácono da Igreja Evangélica Congregacional de Bayeux.